A bicicleta deixou de ser o “transporte dos pobres”, “pouco elegante”, “socialmente impróprio” ou uma “atividade infantil”, e hoje assume-se como uma saudável, económica e verdadeira alternativa.
Falar sobre bicicletas é falar de qualidade de vida.
As vantagens na sua utilização são tão evidentes que não é necessário justificá-las. Em cidades como as nossas há todas as condições para a bicicleta. É natural que alguns refiram os declives das cidades, etc. como obstáculo. Nestes casos, tudo se resolve com algumas infraestruturas, isto é, esta opção é sustentável se forem eliminados uma série de obstáculos, alguns até perigosos. É necessário que as câmaras municipais criem áreas pedonais, ciclovias etc. Sempre que necessária uma maior rapidez ou a utilização em vias declivosas há o recurso a bicicletas elétricas que podem alcançar velocidades da ordem dos 25 Km/h.
As bicicletas são baratas, limpas, rápidas para as condições urbanas, exigem infraestruturas mais económicas e contribuem para a saúde do utilizador.
Na Europa do norte a bicicleta assumiu uma importância significativa no transporte urbano. Na Alemanha, Holanda e Dinamarca, devido a grandes campanhas e a propósitos fortes, as deslocações em bicicleta, nas grandes cidades, representam entre 20% a 30% do total. Paris e Londres são cidades que apostaram fortemente neste tipo de deslocação e o sucesso é uma realidade.
Nestes países há muito que as bicicletas ganharam uma grande aceitação cultural e deixaram de ser vistas como o modo de transporte dos pobres. Em muitos locais, como no Peru, a bicicleta integra a política de combate à pobreza, uma vez que elimina a dependência do transporte público.
Como facilmente se compreende é ao poder local que compete tomar as medidas, desenvolver campanhas e criar as infraestruturas que possibilitem a utilização da bicicleta. Muitos dos problemas das cidades resultam dos privilégios indevidos dos automóveis. Em muitas zonas o automóvel é a causa do círculo vicioso do crescimento urbano disperso que, por sua vez, conduz ao isolamento social e à significativa perda do sentido de comunidade. Torna-se evidente que as interações íntimas e frequentes que caraterizam a vida urbana constituem um convite natural à utilização da bicicleta.
As autoridades locais devem dar o exemplo, usando as bicicletas na sua atividade: inspetores municipais, trabalhadores sanitários, leitores de contadores, carteiros, etc., aumentam a eficácia das suas funções pela utilização da bicicleta. Em muitas cidades, também a eficácia da polícia ciclista não deixa margem para dúvidas.
Há estudos que mostram que uma cidade sem automóveis pode ser mais eficiente económica e socialmente solidária do que outra baseada neste tipo de transporte.
Atreva-se a pedalar.