[ férias de 16 a 30 de agosto]
Depois de um ano a correr, às vezes para coisa nenhuma, vamos andar.
Férias ativas a andar.
Há algo mais quotidiano e natural que andar?
Há alguma atividade mais simples?
Nada como andar pode contribuir para a sustentabilidade. Primeiro, para o bem estar pessoal e depois, para o bem de tudo o que nos rodeia.
É mágico, tem que se experimentar para se sentir.
Para além do divertimento, andar é conhecermo-nos. Quando me conheço, conheço o resto.
O avião leva-nos a lugares longínquos, muito economicamente, mas nada nos pode levar a sítios tão remotos e belos como os nossos passos. Passo a passo, muitas vezes à porta de casa. Desta vez não é perto de casa, há que voar até à terra celta da Escócia para pisar o West Highland Way (WHW), ao que dizem os livros, um dos mais espetaculares trails do mundo.
Além das paisagens deslumbrantes, das montanhas e dos lagos, vamos viver coisas simples. Por força maior a mochila leva apenas o essencial, convém não falhar muito na escolha – tanto pesa o que levamos, como o que esquecemos e fica em casa. Vamos consumir melhor e menos recursos, produzir menos lixo, respeitar as pessoas e a biodiversidade.
Muitas vezes deparamo-nos com o absurdo do mundo em que vivemos; necessitamos de um rolo de papel higiénico e o mínimo que nos vendem é meia dúzia.
Tempo e espaço, esquecemo-nos do valor destes bens e corremos atrás deles. O melhor é andar, talvez assim os consigamos encontrar. A andar percebemos e sentimos o valor destes dois importantes recursos. É também por isto que andar tem um enorme valor. Só assim se explica o número de pessoas que andam, que, na primeira oportunidade, fogem da cidade e vão ao campo, ao parque. O tempo que todos os dias nos falta está aqui, está aqui à nossa mercê para contemplar, viver e sentir.
“… andar a pé é sobretudo reconquistar uma certa maneira de olhar as coisas: devagar e com atenção, procurando observar, compreender e amar uma região que é o documento exemplar de uma aliança entre o Homem e a Natureza …” (Eduardo Osório Gonçalves, Arqtº)
Caminhar sempre fez parte da história do Homem, por isso, vamos a favor dessa história e não deixamos que se torne apenas uma memória. Tudo nos convida a isso.
Até já!
“LESS IS MORE”
Ludwig Mies van der Rohe